segunda-feira, 29 de abril de 2013

Para refletir: "Carente, eu?"


Você deve conhecer alguém que, vira e mexe, saem dizendo: "isso só acontece comigo", "só atraio problemas", "parece que cuspi na cruz", "estou cansado de sofrer"; ou que parecem sempre estar encurraladas, como "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". O pior é que muitas vezes assumimos essas frases em nossas vidas, para chamar a atenção para nós e nossos problemas, como se todo sofrimento do mundo estivesse em nossa casa, faculdade, namoro, e quiséssemos mostrar que todas dor do mundo se instalou em nosso calo. Uma síndrome de ser sempre a vítima!

Pior ainda é quando nos relacionamos e construímos amizades baseadas nesse jeito de viver. Na certa teremos relacionamentos cheios de desconfiança, grude, ciúmes e tantas outras muletas afetivas, e só superficialidade nas amizades. Uma vida de carências.

Às vezes somos tão "carentes de atenção", que entramos em "noias" do tipo: "eu tinha que dizer isso?", "por que não fiquei dormindo?", "por que não calei minha boca?", "só arranjo confusão", "não consigo ser amigo de ninguém". Aqui estamos fadados a ser chatos de galochas e andar em círculos a vida toda!

Mas não pense que é um caso perdido ou uma ferida ambulante que não tem mais jeito. Sempre há um remédio para tudo, e carente todos são.


A carência afetiva faz parte de nós assim como nossos olhos, braços, pernas etc. Mas o que significa ser carente? Por carência afetiva entendemos a necessidade ou possibilidade de relacionamento com o outro. E que bom carecer do outro, precisar do outro, afinal de contas, nenhum homem é uma ilha não é?

O detalhe aqui é primeiro assumir-se carente, saber que tem necessidades, que é necessário dar passos em direção ao outro. Assumir isso e ter a noção do quanto somos carentes já ajuda muito. Porém, não se pode parar nisso. Deve ser um assumir para se disponibilizar.

Não podemos nos desprezar e permanecer como criança birrenta diante da vida, chorando mágoas de outrora. É preciso ter atitude, coragem de se olhar interiormente e se projetar, lançar-se, só quem se conhece é realmente feliz!

Sim, somos carentes. Alguns mais, outros menos, mas enfim, faz parte.

Senhor, reconheço que sou carente, às vezes tão carente que quero chamar toda a atenção para mim, às vezes tão fechado em mim mesmo que não encontro alguém online no MSN e me sinto rejeitado. Uma carência que me faz mendigar seguidores no twitter e nunca sigo alguém sem encerrar dizendo "siga-me também". Reconheço essas carências e sei que isso é vontade de me relacionar, mas, Jesus, quero assumir minha vida nas mãos e crescer nos relacionamentos. Muitas vezes me escravizo nas amizades e não me torno livre. Jesus, sei que meu coração sempre ficará inquieto até repousar de vez em ti. Ajuda-me a entender melhor a vida e a dar uma resposta mais madura para os meus sentimentos. Sei que só em Deus encontrarei o preenchimento do meu coração. Conto contigo, Jesus. Amém.

Você dever estar se preguntando: "Nossa, ele nem concluiu o assunto e foi rezar". Sim, porque nosso grande problema quando se fala de carência afetiva é pensar que o outro, o amigo, o pai ou a mãe conseguirá suprir toda nossa necessidade interior. Isso é a maior furada.

Por mais que as pessoas amem, elas nunca irão preencher nosso interior, que é um buraco sem fim! Sim, este é o nosso interior. Só Deus pode preenchê-lo. Nosso vazio é o espaço certo para Deus!

Por isso, infelizmente, nos frustramos, pois criamos expectativas em relação às pessoas e colocamos um peso sobre elas o qual desconhecem carregar. Criamos relacionamentos dependentes e imaturos, baseados em nossas carências extremas.

Não podemos viver de expectativas, já que elas frustam, e sim de "esperança", que nunca decepciona.



(Trecho do livro Nasci Para Dar Certo - Adriano Gonçalves)

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