quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Artigo: Catemusic – Roberto Carlos 1973



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Salve meu povo!
Sim, voltamos com a Catemusic e já de cara vamos para o popular. Hoje falaremos de um disco do, nem sempre querido e assim considerado, Rei Roberto Carlos (é hoje que eu apanho!).
Sem entrar no mérito das coisas horrorosas cometidas pelo Robertão a partir de meados dos anos 1970 até os dias de hoje em que pouquíssima coisa se salva, Roberto Carlos, entre o final dos anos 1960 e os referidos meados dos 70, após a sua fase “iê-iê-iê”, construiu sua lenda. Seus discos de 1969 a 1972 beiram a perfeição e são, junto com os três da fase “tô maluco” do Ronnie Von, alguns dos melhores discos populares (pelo menos na linguagem) já produzidos aqui no Bananistão.
Estamos falando do disco de 1973, que foi o seu canto do cisne em termos de qualidade. Mas é também o disco que aponta o caminho que Roberto seguiria. Seus discos anteriores foram construídos em cima de músicas antológicas e inesquecíveis e eram álbuns de soul. Músicas como “Jesus Cristo”, “Todos Estão Surdos”, “O Astronauta”, “A Janela”, “Eu Só Tenho Um Caminho”. Bom, mas o que tem esse disco de notável?
A motivação principal para esse post é a música de louvor mais linda e profunda que Roberto Carlos já gravou, com perdão mesmo ao super clássico “Jesus Cristo”. Nada gravado por ele é comparável a “O Homem”, a nona faixa do disco de 73, que por si só justificaria toda carreira dele (para ouvir a música, acesse este site).

O Homem

Roberto e Erasmo Carlos
Um certo dia um homem esteve aqui
Tinha o olhar mais belo que já existiu
Tinha no cantar uma oração.
E no falar a mais linda canção que já se ouviu.
Sua voz falava só de amor
Todo gesto seu era de amor
E paz, Ele trazia no coração.
Ele pelos campos caminhou
Subiu as montanhas e falou do amor maior.
Fez a luz brilhar na escuridão
O sol nascer em cada coração que compreendeu
Que além da vida que se tem
Existe uma outra vida além e assim…
O renascer, morrer não é o fim.
Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir
Eu sei que Ele um dia vai voltar
E nos mesmos campos procurar o que plantou.
E colher o que de bom nasceu
Chorar pela semente que morreu sem florescer.
Mas ainda há tempo de plantar
Fazer dentro de si a flor do bem crescer
Pra Lhe entregar
Quando Ele aqui chegar
Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir
Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir.
Há uma lenda que diz ser essa letra uma psicografia de Chico “sprita” Xavier, mas nunca ouvi Roberto ou Erasmo, creditados como autores, fazerem a menor menção ao Sr. dos “Spritos”. Isso nasceu do fato de, em uma entrevista, Roberto ter considerado Chico um bom sujeito. A pergunta de um milhão de doletas: e daí?  Leiam a letra e verifiquem que não há menor veleidade “sprita” nela.
Emociono-me até hoje ouvindo essa música, que possui uma entrada dramática e um instrumental lindíssimo. Vale muito a pena, apesar de, mais uma vez, alguém tentar passar a mão naquilo que é fruto da Sã Doutrina. Mas fazer o quê? Tem protestante que quer se apoderar de Santo Agostinho, ateus de Duns Scotto, Ortodoxos de Constantino, anglicanos de São Patrício e por aí vai… Mas, como diz o narrador do Conan, isso são outras histórias.

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