segunda-feira, 31 de março de 2014

Cadê todo mundo?

    A vida tem fases. Da infância à fase adulta, passamos por estágios, crescemos e alcançamos a maturidade. Através desse caminho, encontramos diversas pessoas que chegam e depois desaparecem como chegaram: de repente.
    Onde estão seus amigos da infância? Aqueles pequenos e inocentes travessos e travessas que brincavam com você, seu primeiro círculo de amizades fora da família. Vários deles devem ter chegado à primeira série com você. Ali, junto com outras crianças vindas de outras escolas, você desenvolveu mais um círculo de amizades, que provavelmente estudou com você até a quarta série. Em quatro anos você aprendeu a reconhecer em quem podia confiar e quem não merecia tanta confiança assim. Aprendeu que existem gostos diferentes, vontades diversas.
    Ao passar para a quinta série, alguns amigos daquele círculo anterior podem ter ido embora. Outras escolas, outras cidades e, até mesmo, outros estados. Você sente a perda, mas fazer o quê!? Prosseguir com vida e com os estudos. A fase daqueles amigos passou. Quem sabe alguns anos adiante eles serão encontrados novamente. Os anos se passaram, e ao chegar à oitava série você descobre que muitos são amigos e outros nada têm em comum com você. E descobre também que mesmo entre os mais próximos você ainda consegue separar o joio de trigo. Há amigos de verdade e amigos de interesse. Acaba o ensino fundamental e fecha-se mais um ciclo de amizades. Quem seguir adiante, estudando com você, passará por novas transformações e talvez, ao chegar ao final do ensino médio, você terá deixado de lado algumas pessoas e incluído outras pessoas em seu círculo de amizade. É normal. A fase dos amigos do “colégio” terá passado e outra fase será iniciada.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Por amor a Jesus, ter uma vida de oração


A atividade mais importante para a vida é a oração. Não há nada mais necessário do que conversar com Deus. 

Jesus gostava tanto de conversar com o Pai que passava noites inteiras nesse colóquio no alto dos montes da Galileia (cf. Mt 6,9).

"É necessário orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo" (Lc 18,1); "Vigiai e orai para que não entreis em tentação" (Mt 26,41);"Pedi e se vos dará." (Mt 7,7).

Jesus nos deu o exemplo:

"Entretanto espalhava mais e mais a sua fama, e concorriam grandes multidões para o ouvir e ser curadas das suas enfermidades. Mas ele costumava retirar-se a lugares solitários para orar." (Lc 5,15-16).

Orar é uma ordem, um mandamento do Senhor. Sem oração, nenhum de nós fica de pé espiritualmente e ninguém consegue fazer a vontade de Deus. A razão é muito clara: "Porque sem mim nada podeis fazer." (Jo 15,5).

Jesus deixou claro: esse "nada" indica que, por nós mesmos, não conseguiremos fazer o bem e, pior ainda, evitar o mal. São Paulo insistiu:

"É Deus que opera tudo em todos." (1Cor 12,6).

São Tomás de Aquino disse que todas as graças que o Senhor, desde a eternidade, determinou conceder-nos, não as quer concedera não ser por meio da oração. "A oração é necessária", disse o santo, "não para que Deus conheça as nossas necessidades, mas para que fiquemos conhecendo a necessidade que temos de recorrer a Deus, reconhecendo-O como o único autor de todos os bens."

Quando o Senhor manda: "Pedi e se vos dará. Buscai e achareis" (Mt 7,7), no fundo, Ele deseja que reconheçamos que só Ele é o autor dos nossos bens e que, portanto, devemos só a Ele recorrer. É por isso que desagradamos profundamente a Deus todas as vezes que buscamos socorro fora Dele, especialmente nas práticas idolátricas, adivinhação, invocação dos mortos, horóscopo – e em outras práticas, sendo infiéis a Deus.

Toda a tradição da Igreja e as Escrituras condenam toda e qualquer busca de poder fora de Deus, por ser exatamente essa a característica do paganismo (cf. 1 Cor 10,20; Dt 18,10-13).

Por outro lado, aquele que ora, manifesta confiança em Deus, como o salmista disse: "Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele: e ele agirá." (Sl 36,5).

O velho Tobias afirmava: "Pede-lhe que dirija os teus passos, de modo que os teus planos estejam sempre de acordo com a sua vontade." (Tb 4,20).

Feliz o cristão que adquiriu o hábito de conversar, coração a coração, familiarmente, com Deus. Isso é orar, falar com Deus coração a coração, em todas as circunstâncias.

Deus quer que conversemos com Ele, diz Santo Afonso de Ligório, e quer ser tratado como amigo íntimo. Ninguém nos ama tanto como Ele e até as nossas pequenas coisas Lhe interessam.

É preciso ser transparente diante do Senhor, abrindo-Lhe o coração com toda a liberdade e confiança. Diz o livro da Sabedoria que "Deus antecipa-se e dá-se a conhecer aos que O desejam." (Sb 6,13).

Artigo: A Oração

Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO 
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.

De modo geral costuma-se definir a oração como um diálogo entre a criatura e o criador e, neste sentido, parece que o mais importante nesse diálogo é aquele que reza.

Todavia esse conceito não exprime a verdade, uma vez que o mais importante na oração não é o eu, a criatura, mas o tu, Deus.

Na oração o agente mais importante, assim é o próprio Deus que vem em auxilio da criatura para libertá-la da escravidão da corrupção e conduzi-la à libertação e à felicidade.

O Catecismo da Igreja Católica nos diz:“A oração é a vida do coração novo e ela deve nos animar a cada momento. Nós, porém, esquecemo-nos daquele que é nossa Vida e nosso Tudo. Por isso os Padres espirituais, na tradição do Deuteronômio e dos profetas, insistem na oração como “recordação de Deus”, despertar freqüente da “memória do coração”: É preciso se lembrar de Deus com mais freqüência do que se respira.” (confira inciso 2697).

Embora pareça que somos nós que temos o impulso de orar, na verdade, esse impulso vem de Deus, por isso São Paulo na Epistola aos Romanos diz: “Também o Espírito vem em auxílio de nossa fraqueza, porque não sabemos pedir o que nos convém. O próprio Espírito é que advoga por nós com gemidos inefáveis.”