Amabile Lucia Visitainer nasceu em 16 de dezembro de 1865, na região de Trento, Itália. Em 1875, se mudou com os pais e os irmãos para Vígolo, em Santa Catarina, a 100 quilômetros de Florianópolis. Aos 22 anos ela perdeu a mãe, que faleceu ao tentar dar à luz seu quinto filho e Amabile se tornou responsável pela casa.
Em 1890, uma mulher da região adoeceu gravemente e seus parentes não queriam cuidar dela. Amabile, junto com uma amiga, Virgínia, levou a doente para um casebre próximo à igreja. Era um barraco pequeno com um quadro de São Jorge na parede. Ali surgia a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.
Com ajuda de amigas, ela começou a cuidar de enfermos com enorme devoção. Em 1894 o padre Guiseppe Montero recomendou que ela se mudasse para Nova Trento para poder aumentar sua ação. No ano seguinte, Dom José de Camargo Barros, bispo de Curitiba, abençoou a Congregação; as moças puderam receber os votos e trocar de nome. Amabile passou a ser Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus e foi escolhida superiora geral da Congregação.
O padre Luigi Rossi, de Nova Trento, foi transferido para São Paulo e levou as Irmãzinhas, para ajudar negros ex-escravos. Madre Paulina e as irmãs então aprenderam o português e passaram a dirigir hospitais e asilos.
A filha de uma família rica de São Paulo, Anna Brotero de Barros, se transformou em benfeitora do Asilo da Sagrada Família, localizado na zona sul da cidade, que era administrado pela Congregação. Como tinha prestígio junto à cúpula da Igreja, queria ser consultada sobre todos os assuntos do asilo e até na ordem interna das Irmãzinhas. Madre Paulina considerou as intromissões indevidas. Dom Duarte Leopoldo da Silva, arcebispo de São Paulo, destituiu Madre Paulina do cargo vitalício de superiora. Os dez anos seguintes ela passou na Santa Casa de Bragança Paulista.
Em 1918, ela é chamada de volta a São Paulo. Estava sendo escrita a história da Congregação e ela serviria como “fonte histórica”, e passou a ser venerada como a fundadora da organização. Até o final de sua vida, morou na sede da Congregação, na capital de São Paulo.
Irmã Paulina sofria de diabetes. Em 1938, teve que amputar o dedo médio da mão direita e, posteriormente, todo o braço, por causa de uma gangrena. Com relação a estes infortúnios, Santa Madre Paulina comentava: “Jesus me pediu primeiro o dedo. Depois o braço. Mas eu sou toda dele. Por que negar ?”. Estava cega quando morreu em junho de 1942, aos 76 anos.
Em 1933, o Papa Pio XI assinou o Decreto de Louvor reconhecendo a importância de sua obra de caridade. O processo de canonização de Madre Paulina teve início em 1965. Dois milagres foram confirmados pelo Vaticano, para que o processo fosse concluído. No dia 19 de maio de 2002, Madre Paulina foi canonizada pelo Papa João Paulo II, tornando-se a primeira santa brasileira.