segunda-feira, 29 de julho de 2013

Estados Unidos: Os católicos “abortaram” suas escolas?


O Padre Timothy Sauppé da Diocese de Peoria não se sente nada feliz por ser ele o sacerdote responsável por fechar a escola paroquial de 103 anos. O ousado comentário do padre a respeito da origem do problema que o levou a essa decisão apareceu originalmente no Bellarmine Forum. Trata-se de uma resposta que ele deu ao um ex-aluno que lhe veio reclamar a respeito do fechamento:

Fiz um gesto com as mãos para que ele me permitisse falar, e calmamente disse, “Deixe-me lhe fazer uma pergunta: Quantos filhos você tem?”. Ele disse, “Dois”. Então continuei, “Assim como todas as outras pessoas. Quando se tem apenas duas crianças por família, não há crescimento”. Seu comportamento mudou, ele abaixou a cabeça e disse, “E eles nem sequer vão à Missa”.

Dentre as muitas razões dadas para o declínio de matrículas em escolas católicas, especialmente em áreas urbanas, o Pe. Sauppé oferece uma bastante singular, mas extremamente eloquente: a Cultura da Morte vindicou tantas crianças católicas quanto não católicas.

Quando do fechamento de sua escola, o Pe. Sauppé escreveu ao seu Bispo dizendo:

É com pesar no coração que lhe peço isso. Como o senhor bem sabe, os sacerdotes não são ordenados para fechar escolas, mas para ser o Cristo em meio ao sofrimento e à dor, o que vai certamente acontecer quando acolhermos tanto a sua decisão quanto o fato de que a escola St. Mary não é mais viável. A causa eficiente disso é bem simples… não há crianças. A causa primeira é a habitual mentalidade contraceptiva e esterilizante da grande maioria dos casais católicos – em suma, a Cultura da Morte. E a causa final é o fechamento das escolas e paróquias católicas. Senhor Bispo, precisamos da sua liderança para que possamos de fato combater essa mentalidade que favorece a contracepção, a esterilização e o aborto.

Pe. Sauppé encoraja os padres a pregar contra a contracepção e o aborto, talvez lentamente revertendo o dano causado pela passada relutância em tratar de assuntos espinhosos:

Recordo-me de um funcionário da diocese em uma palestra a nós jovens sacerdotes pró-vida e pró-família há uns vinte anos. Ele dizia, “Sim, vocês podem pregar contra o aborto e a contracepção, mas lembrem-se, vocês tem uma igreja para manter”. Agora, nossa diocese está fechando e fundindo estas mesmas paróquias, mas sabe de uma coisa – todas estão muito bem mantidas.

…Tendo crescido nas décadas de 60 e 70 com muitos padres que se recusavam serem chamados assim, eu sabia que o problema era a falta de ortodoxia. Há vinte anos quando fui ordenado, eu pensava que se eu simplesmente ensinasse as Verdades da Fé e celebrasse solenemente a Missa dominical, as pessoas se converteriam. Mas, depois de vinte anos, minha experiência é de que uns poucos paroquianos escreverão cartas ao Bispo, alguns sairão murmurando, mas a grande maioria tratará o assunto com uma benevolente indiferença. Ao invés de encontrar alegria e submissão à Lei Natural e aos ensinamentos da Igreja a respeito da vida humana e de sua dignidade, apenas encontrei católicos complacentes, se não cúmplices com a Cultura da Morte. Foi registrado que cinquenta por cento dos católicos votou num presidente que em uma recente convenção da Planned Parenthood no Texas pediu que Deus abençoasse esta obra. Se vi algum fruto que seja, foi em grande parte advindo das famílias que praticam a educação domiciliar.

Fonte: The Cardinal Newman Society
Tradução: Montfort

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